
Em 1917 a Dinastia Romanov foi derrubada do poder. Pelo fato de ter governado a Rússia por mais de 300 anos sua história se fundiu com a do próprio país, tornando quase indissociável o nome Romanov das palavras opulência, poder, opressão e desigualdade. Que, por sua vez, foram as principais características do Império Russo.
Um jovem de apenas 16 anos chamado Miguel Romanov seria o seu fundador.
A Família Romanov ganhou destaque no cenário político russo em 1547, quando Ivan, o Terrível contraiu matrimônio na Catedral da Anunciação com Anastácia Romanovna, um membro do clã.
Está jovem mulher, que foi descrita como tendo um efeito calmante sobre o marido, não tinha aspirações políticas e apesar de ter dado à luz a pelo menos seis filhos nenhum deles chegaria a gerar descendentes que herdassem o trono russo.
Isso levaria ao fim da Dinastia Ruríquida, que foi tão longeva quanto sua antecessora, governando de 862 e 1598.

O filho caçula de Anastácia, Feodor I, se tornaria czar logo após a morte do pai em 1598, mas seu reinado seria curto e sua própria morte abriria caminho para um período tumultuado na história russa que ficou conhecido Tempo das Perturbações.
Durante essa época a Rússia foi tomada pela anarquia com várias figuras reclamando o trono. Em apenas 15 anos, a coroa mudou de mãos seis vezes e se estima que o declínio populacional em certas áreas tenha sido de cerca de 50%, devido aos conflitos, caos e fome.
Para piorar a situação os poloneses e suecos se aproveitaram da desordem inteira e invadiram a Rússia, tornando saques e roubos parte da rotina do país.
Os transtornos só chegariam ao fim em 3 de março de 1613 com a eleição de Michael Romanov como czar pelo Zemsky Sobor, parlamento composto pelos principais nobre da corte russa que foi ativo entre os séculos 16 e 17.
Miguel Romanov era um sobrinho-neto de Anastácia e tinha apenas 16 anos no momento de sua ascensão.
Ele não estava presente na assembleia quando foi escolhido como novo czar, mas uma delegação o encontrou hospedado no Mosteiro Hypatian, onde ele ficou aparentemente horrorizado com a notícia e se declarou indigno de assumir uma responsabilidade tão pesada.

No entanto, em dentro de pouco tempo Miguel teria se convencido de que era seu dever assumir o comando da Rússia e salvar seu país do colapso total e foi para Moscou para ser coroado na Catedral da Assunção no Kremlin, local onde sua tia-avó havia se casado com Ivan, o Terrível 66 anos antes.
Miguel I se esforçou para trazer paz e prosperidade de volta a Rússia.
Tratados de paz foram assinados com os poloneses e suecos e concessões territoriais substanciais foram feitas, fazendo com que a ordem fosse restaurada e os exércitos estrangeiros se retirassem. O comércio foi estimulado e as indústrias foram desenvolvidas.
Era o início de um reinado de 32 anos.

Os descendentes de Miguel I governariam a Rússia pelos 300 anos subsequentes e a dinastia fundada por ele produziria alguns dos maiores governantes que a Europa já conheceu, tais como Pedro I, Catarina II e Alexandre II.
O último membro dessa longa linhagem de imperadores seria Nicolau II, que foi morto pelos bolcheviques em 17 de julho de 1918 durante a Revolução Russa, um evento que mudou o mundo para sempre.
Fontes:
MASSIE, Robert. K. Os Romanov: o fim da dinastia. Tradução de Angela Lobo de Andrade. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Rocco, 2017.
The first Russian tsar of Romanov dynasty Mikhail Fyodorovich Born. Disponível em: < https://www.prlib.ru/en/history/619404 >. Acesso em: 29 nov. 2022.
Texto escrito por Fernanda da Silva Flores
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