D. Leopoldina de Bragança, a princesa esquecida (com vídeo)

Princesa D. Leopoldina de Bragança fotografada no final da década de 1860.

Conheça a curta e empolgante vida de D. Leopoldina de Bragança, a filha caçula do Imperador D. Pedro II do Brasil, que morreu com apenas 23 anos anos de idade em Viena, local onde sua avó paterna havia nascido.

D. Leopoldina de Bragança nasceu em 13 de julho de 1847 no Paço de São Cristóvão, Rio de Janeiro. Ela foi a terceira dos quatro filhos de D. Pedro II do Brasil e sua esposa D. Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias.

A princesa foi batizada na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé em 7 de setembro do mesmo ano pelo Bispo D. Manuel do Monte Rodrigues de Araújo. A igreja havia sido o local da coroação tanto de seu avó D. Pedro I quanto de seu pai.

Seus padrinhos haviam sido a Princesa D. Francisca de Bragança e seu marido Francisco Fernando de Orléans e Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, que havia atuado como governanta de seu pai.

Também é valido lembrar que D. Leopoldina recebeu este nome em homenagem a sua avó paterna, a Imperatriz D. Leopoldina, que havia falecido duas décadas antes de seu nascimento.

Por ironia do destino D. Leopoldina acabaria falecendo em Viena, cidade onde a avó havia nascido.

D. Leopoldina teve dois irmãos varões que morreram de maneira prematura. O mais velho D. Afonso Pedro havia falecido de vítima de convulsões, em 11 de junho, no Palácio de São Cristóvão apenas um mês ante do nascimento da princesa.

A tristeza que a morte do herdeiro do trono causou foi tamanha que a corte temia que D. Teresa Cristina tivesse complicações no parto, mas tudo ocorreu bem e D. Leopoldina nasceu forte e saudável.

Seu segundo irmão varão D. Pedro Afonso faleceria em 9 de janeiro de 1850, na Fazenda Imperial de Santa Cruz. A morte também causou um grande impacto em D. Pedro II e D. Teresa Cristina, que a partir de então se viram com somente duas filhas.

Tanto D. Leopoldina quanto sua irmã mais velha, D. Isabel, receberam a melhor educação possível.

Sabemos que as princesas foram submetidas a um amplo programa educacional elaborado por seu pai. Elas recebiam aulas seis dias por semana, das 7h às 21h, com os domingos sendo destinados a recriação. Neste dia elas também estavam autorizadas a receber visitas.

Entre as matérias estudadas estavam álgebra, geometria, química, física, botânica, história, cosmografia, desenho e pintura, piano, filosofia, geografia, economia política, retórica, zoologia, mineralogia e geologia.

As princesas também receberam lições de francês, inglês, italiano, alemão, latim, grego e português. A principal preceptora das princesas seria Luísa Margarida de Barros Portugal, Condessa de Barral, que havia sido indicada para o cargo pela madrinha de D. Leopoldina, a Princesa D. Francisca.

Nas cartas enviadas ao imperador a Condessa de Barral descreveu D. Leopoldina como atrevida e algo mais rebelde que a irmã mais velha.

Em 15 de dezembro de 1864, D. Leopoldina contraiu matrimônio com Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota. O jovem era o segundo filho do príncipe Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e da princesa Clementina de Orléans.

E havia desembarcado no Rio de Janeiro em 3 de setembro daquele mesmo ano ao lado de seu primo Gastão de Orleans, que acabou se casando com a irmã mais velha de nossa biografada.

De acordo com uma carta escrita pela Princesa D. Isabel, inicialmente D. Leopoldina estava destinada a se casar com Gastão enquanto ela própria deveria tomar Augusto como esposa. Mas devido a questões de afinidade uma troca de noivos foi feita.

Logo após o casamento, em junho de 1865, D. Leopoldina e o marido fixaram residência no Palácio Leopoldina, onde a princesa sofreu um aborto.

No entanto, logo depois, D. Leopoldina ficou gravida novamente e em 19 de março de 1866 deu à luz ao Príncipe D. Pedro Augusto, que seria o neto favorito de D. Pedro II.

A filha caçula do imperador daria à luz a mais três filhos. D. Augusto Leopoldo em 6 de dezembro de 1867, D. José Fernando em 21 de maio de 1869 e D. Luís Gastão em 15 de setembro de 1870.

O último nasceria na Áustria, durante uma viagem do casal a Europa. D. Leopoldina permaneceria na Europa até 1871. De fato, ela nunca mais regressou ao Brasil, uma vez que seus restos mortais permanecem na Europa.

Em conformidade com os registros históricos a princesa manifestou os primeiros sinais da enfermidade que ceifaria sua vida ainda no início de 1871. D. Leopoldina foi vítima de febre tifoide e seus momentos finais foram angustiantes.

Seus sintomas incluíam abatimento, febre contínua, manchas na pele e hematoquezia. O quadro evoluiu rapidamente e D. Leopoldina passou a sofrer delírios e convulsões e não resistindo faleceu em 7 de fevereiro de 1871.

Na ocasião D. Isabel também estava em viagem pela Europa e se encontrava ao lado da irmã durante seus últimos momento de vida. Mais tarde ela descreveria aqueles momentos com uma dos episódios mais triste de sua vida.

D. Leopoldina de Bragança foi sepultada na Igreja de Santo Agostinho em Coburgo, na Alemanha, para onde seus restos mortais foram transladados.

A vida de D. Leopoldina foi bastante curta se for comparada a de D. Isabel, que faleceu aos 75 anos. Todavia, ao contrário da irmã, devido ao fato de ter falecido ainda muito jovem. D. Leopoldina se viu poupada de testemunhar a Proclamação da República em 1889 e o exílio de sua família.


Texto escrito por Fernanda da Silva Flores

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sOBRE MIM

Fernanda da Silva Flores é graduada em História pela UNOPAR (2018) e possuí pós-graduação em Gestão e Organização da Escola com Ênfase em Supervisão Escolar (2019) também pela UNOPAR. Fundou o site Rainhas na História em setembro de 2016. Reside em Itajaí, Santa Catarina, Brasil.

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